23 junho 2020
Este texto foi, inicialmente escrito no meu blogue https://nupemse.blogspot.com
Quem
leu as minhas postagens anteriores poderá assegurar-se do meu modo de
pensar quanto ao destino do governo que aí temos instalado.
#Fascistasnãopassarão é um grito que venho dando desde o dia das
eleições em que se soube quem assumiria o poder. Tinha as minhas
análises políticas e contava muito com a minha intuição.
O
governo foi empossado em meio a uma negação de reconhecimento do
titular da cadeira mais cobiçada numa nação. Já nesse momento se
percebia, pela equipe do primeiro escalão que nos foi mostrada, que o
alvo pregado através de bordões em comício e disparos de milhares de
fakenews, o fim da corrupção, foi apenas uma forma grotesca, mas que
rendeu ótimos dividendos, para se elegerem.
Não
posso garantir, pois não tenho provas, mas a suspeição fica no ar e não
prejudica ninguém e muito menos poderá desencadear uma terceira guerra
mundial, por esse motivo atrevo-me que ao ver a equipe apresentada,
nesse exato momento tivemos "coxinhas" jogando a toalha e se questionado
sobre o efeito do seu ato impensado, ou movido pela falta de reflexão.
O
tempo vai passando e nós vamos percebendo, a cada dia com mais clareza,
que esse governo não é mais, acabou-se, sendo seguro apenas pela
posição social do vice-presidente, um general da reserva do exército
brasileiro. Cabe, no entanto, questionar: até que ponto esse único ponto
de resistência vai aguentar segurar a corda. principalmente com o
constante agravamento da endemia da Covid19.
Enfrentamos,
por efeito dessa endemia, uma situação caótica com mais de 51.271 mil
mortos até este dia e um total estimado de 1.406.270 infectados. Já
ocupamos, em linha ascendente, a segunda desonrosa posição, apenas
perdendo para EUA. Esse resultado advém muito especialmente da
incapacidade da equipe ministerial de lidar com o problema, aliás, essa
equipe está reunida sobre um pântano de areias movediças, visto poucos
se seguram nas respectivas cadeiras e caem com a maior facilidade sem
conseguirem atingir um objetivo programado que seja. Ora, isso também
não deve ser visto como novidade lembrando que o chefe de tal equipe
sequer tem um plano de governo, agora que já passamos de um ano e meio
de governo. Não temos sequer um ministro da saúde (quem ocupa o lugar
interinamente é mais um militar, nem temos ministro da educação, pois o
enésimo que passou pelo ministério fugiu feito covarde para os EUA (de
onde espero que Mister Trump tenha coragem de expulsar, como fez com
outros trabalhadores).
A
sociedade está refletindo o exemplo que vê no governo: a corrupção
começa no posto mais alto quando retira dinheiro da educação e da saúde,
principalmente, para comprar os políticos que vão certamente ter votar
um processo de impeachment ou mesmo de cassação da chapa vencedora das
últimas eleições. Por outro lado seguindo os constantes apelo do governo
para que "bandido bom seja bandido morto", a polícia militar vem usando
o modelo ctrl/C + ctrl/V da polícia americana. Verdadeiro abuso de
autoridade e a certeza da impunidade garantida pelo presidente da nação.
Quem,
do exterior conheceu o Brasil verde e amarelo pode hoje imaginar que no
lugar da esfera com a Ordem e o Progresso cabe melhor um símbolo
qualquer que represente uma re´pública dirigida por um grupo de
milicianos que semeiam o terror e deixam atrás de si um rastro de sangue
e morte.
Quando
vim para este país, imaginei (e bem) que bons tempos estavam para
chegar. Embora tenha pisado este solo ainda em plena ditadura militar,
que hoje querem negar, a minha intuição era de que chegaria o momento de
cantar a liberdade e a alegria de ser um povo hospitaleiro e festeiro
após o desempenho de suas obrigações diárias. Esse tempo veio e o
progresso anunciado na bandeira chegou. O Brasil chegou a estar entre as
seis maiores potências econômicas do mundo. Algo significativo, mas que
não agradava à elite capitalista que não visa mais nada que o seu
umbigo. Ter que conviver, no avião, na universidade, nos bons
restaurantes, na sala de cinema com os pobres empoderados por um governo
que lhes deu voz e vez, não era possível. Precisava-se, mais que
urgentemente acabar com essa esbórnia. Os senhores donos do dinheiro
deram um golpe no governo que tanto bem fez aos pobres (tirando 24
milhões da extrema pobreza e levando quantidade semelhante para dita
classe média) e arrumaram um testa de ferro para servir de pivô numa
transição para um governo de direita (ver extrema direita) sem que
houvesse necessidade de se exporem e ainda surgirem como salvadores da
pátria. Mas o povo não é cego.
A
população está começando a ver quais são os caminhos da liberdade e da
bonança, por mais que o o governo, de esquerda, que elevou a moral do
brasileiro e lhe deu oportunidade de voltar a ter orgulho de seu país,
não tenha sabido preparar uma base sólida que pudesse enfrentar qualquer
revés a que qualquer um está sempre sujeito, acredito mais uma vez,
continuo a ser otimista e penso que ainda verei meus filhos e netos
viverem num país que ofereça à sua população a chance de voltar a ser
dignos de serem reconhecidos como um dos povos mais felizes e alegres do
mundo. Malgrado as brigas que se travam entre os três poderes, algumas
certamente na surdina e aquelas que estão expondo a nação ao mundo,
ainda acredito que surja algum laivo de justiça que ajude a colocar as
peças no devido lugar no tabuleiro político do Brasil.
Por enquanto o rei está em cheque e a rainha fora de posição protetora. Fica a pergunta:
Para quando o xeque-mate?
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